Olvidamente (Bônus: interpretação por João Luiz Vieira)

Estive constipado…
Simulava um espasmo
Enquanto enxugava o sangue
Do chão da sala.

Aparentemente tudo parecia bem.
Aparentemente.

Afinal, eu sorria em todas as fotos.

Um lenço encharcado resistia,
Faltavam apenas algumas gotas

Mas escorreu.

Tudo de novo.

Aparentemente era só um espasmo.
Aparentemente.

Afinal, eu ainda lembrava meu nome.

Um momento encantado resistia,
Faltavam apenas uns rostos

Mas esqueceu.

Tudo de novo.

Aparentemente foi algo isolado.
Aparentemente.

Afinal, eu sabia que ontem tinha…

Algo que feliz ainda resistia,
Faltavam apenas algumas imagens

Mas sumiu.

Tudo de novo.

Aparentemente esqueci de ontem.
Aparentemente.

Afinal, o que era para lembrar?

Algo ou alguém ou o que ainda resistia,
Faltavam apenas poucas lembranças

Mas…

Tudo de novo.

Aparentemente não há nada mais para lembrar.
Aparentemente.

 

BÔNUS: O João Luiz Vieira, do canal Sexo sem Medo, tem outro canal no YouTube, o Poema na Cesta, em que interpreta poesias de grandes nomes e nomes não tão conhecidos. Nesta segunda categoria, a qual faço parte, Olvidamente foi a escolhida de hoje. Segue abaixo sua interpretação do meu poema, e não deixem de seguir os canais do João!

 

 

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